Sessão para votação do plano de professores é interrompida por invasão ao plenário.



Cinco vereadores tentam negociar retirada pacífica dos docentes


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O clima é tenso dentro e fora da Câmara de Vereadores do Rio, devido a votação do plano de cargos e salários dos professores municipais, programada para a tarde desta quinta-feira. Dentro da Casa, o presidente Jorge Felippe (PMDB) foi obrigado a interromper a sessão que estava sendo realizada porque o plenário foi tomado por cerca de 300 professores que ocupavam as galerias em protesto contra a votação do texto do novo plano.

Já na área externa, ainda há cerca de 600 pessoas manifestando e a Polícia Militar fez um cordão de isolamento para que apenas a imprensa e os funcionários da Câmara possam entrar no Palácio Pedro Ernesto.

Os vereadores Renato Cinco (Psol), Jefferson Moura (Psol), Márcio Gárcia (PR) e Leonel Brizola Netto (PDT) estão neste momento reunidos com Jorge Felippe para tentar negociar uma forma de retirada pacífica dos docentes que ocupam o plenário. A princípio, todas as sessões estão suspensas até a próxima terça-feira.

Por volta das 15h, um militar que fazia a segurança da Câmara passou mal e se dirigiu ao posto médico da Casa. Ele carregava uma bomba de gás lacrimogênio e, acidentalmente, acabou soltando a bomba, que estourou no local. Não houve grandes problemas e a situação já está normalizada.

Vereador quer cancelar votação

O vereador Jefferson Moura (PSOL) está entrando com mandado de segurança no Tribunal de Justiça pedindo o cancelamento da votação do plano de cargos e salários dos professores, previsto para a tarde desta quinta-feira na Câmara de Vereadores. Jefferson alega que a reunião de quatro comissões, que deu parecer favorável ao projeto de lei na última segunda-feira, na verdade não foi realizada. Ele está anexando, ao pedido encaminhado à Justiça, fotos que mostram os vereadores Prof. Uóston e Thiago K. Ribeiro, da base do governo, em um encontro com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), realizado na mesma hora da reunião das comissões em que os vereadores são integrantes.

O pedido do vereador Jefferson Moura se deve a uma manobra política que mexeu com os bastidores da Câmara do Rio na manhã desta quinta-feira. Após o próprio vereador ter denunciado que o horário da reunião de representantes de quatro comissões para dar aval ao plano, realizada na segunda-feira, foi publicado nesta quarta em desacordo com o Regimento da Casa, uma nova publicação foi feita no Diário Oficial desta quinta, com um novo horário.

- Vou me reunir com o presidente da Casa (vereador Jorge Felippe) para pedir explicações sobre o caso. Eu, que sou membro da comissão de Orçamento, e o vereador Reimont (PT), presidente da Comissão de Educação, não fomos chamados para participar. E o regimento da Casa diz que a convocação para as reuniões realizadas após às 18h precisam ser publicadas em Diário Oficial com 24 horas de antecedência. Ontem (quarta-feira) saiu a ata da reunião dizendo que ela tinha sido realizada às 18h30m. Após o meu questionamento, o horário foi republicado hoje (quinta), passando para 14h30m - afirmou Jefferson Moura.

O parecer das quatro comissões é fundamental para que a votação do plano seja feita nesta quinta, como quer a base do governo. Sem o aval, o projeto de lei não pode ir a plenário.



Fonte: O Globo