COPA DO MUNDO: REMOÇÕES E VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS



"JORNAL DO BRASIL
27/04 às 13h41 - Atualizada em 27/04 às 14h56
Copa Popular mostra "lado B" do Mundial: remoções e violação de direitos humanos Evento aconteceu no Morro Dona Marta, no qual 150 casas estão sendo ameaçadas
Ana Luiza Albuquerque*
O Comitê Popular da Copa e Olimpíadas organizou neste domingo (27) a primeira etapa da Copa Popular 2014. O evento tem como principal objetivo mostrar o "lado B" dos grandes eventos esportivos no Rio, como os próprios participantes falam. A Copa Popular reúne pessoas que tiveram seus direitos violados por causa da realização das competições. A primeira partida aconteceu no Morro Dona Morta, na Zona Sul do Rio de Janeiro. "A Copa Popular deste ano, assim como foi em 2013, tem o objetivo de mostrar o lado que fica à sombra dos grandes eventos, o lado da violação dos direitos humanos. Em 2014, ampliamos não só para as pessoas que estão ameaçadas de remoção, mas também para os camelôs, que foram impedidos de trabalhar nos arredores dos estádios na Copa, e para a Frente Nacional dos Torcedores, que luta contra a elitização do futebol. Os jogos vão acontecer em diferentes partes da cidade para mostrar que os problemas não são pontuais, que é uma conjuntura", explica Renato Cosentino, organizador do campeonato e integrante da ONG Justiça Global.
Renato critica de forma incisiva as remoções feitas em função dos grandes eventos. "A Copa tem o grande apelo do turismo. O pico do Dona Marta, de lugar mais desvalorizado do morro, se tornou o mais valorizada, porque a vista é bonita e tem a trilha ecológica. Há um interesse forte do mercado, principalmente turístico. Agora há a ameaça de remoção de 150 casas nesta área. Afirmam que é um local de risco, mas existe contenção desde 1980. O que acontece é uma tentativa de apagar a história da raiz do morro, porque essas casas são as mais antigas, algumas existem desde a década de 40. Os eventos tentam limpar as áreas mais nobres", denuncia (Leiam mais).