CIDADÃO FLUMINENSE, CUIDADO, VOCÊ PODE PERDER A VIDA A QUALQUER MOMENTO



Ontem, eu participei do "Ato em Homenagem aos Policiais Assassinados" e, nesse primeiro momento, é meu dever parabenizar a todos os responsáveis por sua realização pela louvável iniciativa e pela organização, considerando que o evento transcorreu de forma ordeira e pacífica.
Oportuna e correta a extensão do tema para alcançar também os Policiais Civis assassinados.
A emoção foi muito grande e não houve quem não ficasse com lágrimas nos olhos a cada relato de familiares de policiais assassinados.
A fala embargada dos familiares dos Policiais Militares teve alguns pontos em comum:
- o descaso do governo Cabral (Pezão) com os familiares. Eles reclamaram das inúmeras dificuldades para a obtenção dos seus direitos, algo inconcebível.
- a má formação, a inexperiência e a falta de condições de trabalho nas UPPs, inclusive no tocante aos coletes balísticos.
Não posso escrever que fui surpreendido por essas observações.
Quem não sabe a precariedade das UPPs, a completa falta de condições de trabalho para os PMs, os quais ficam jogados nas comunidades?
A dor dos familiares ficou no meu coração após o encerramento, assim como, o eco das vozes.
Isso me trouxe uma conclusão: muitos não tinham que morrer, morreram por culpa do governo estadual.
Sim, morreram por culpa do governo, os Policiais Militares que foram assassinados em serviço, em face da má formação no curso, da inexperiência, dos problemas com os equipamentos de proteção individual e da fragilidade das estruturas que formam as bases das UPPs.
Todas essas deficiências são responsabilidade direta do governo Cabral (Pezão).
Se elas fossem sanadas , os PMs não tinham sido assassinados.
Todas mortes evitáveis.
Diante dessa verdade, eu passei a pensar quantos cidadãos do Rio de Janeiro perder a vida em situações que as mortes são evitáveis como ocorreu com esses heroicos PMs.
Todos os que morreram pela péssima gestão da segurança pública, ainda nas mãos do Secretário Beltrame, apesar das gravíssimas acusações que pensam sobre ele. Uma gestão que espalhou criminosos por todo o Estado do Rio de Janeiro e que não evitou as mortes nas comunidades "pacificadas". Um gestor que espalhou a violência e a insegurança. Hoje, o cidadão pode ser vítima dessa violência a qualquer dia, em qualquer local e em qualquer horário. Mortes que seriam evitadas por uma gestão eficiente.
Além dessas mortes que não deviam ocorrer, somamos a esses trágicos números as mortes que ocorrem nos estabelecimentos hospitalares públicos, onde se morre por falta de médicos, por falta de equipamentos, por falta de medicamentos e por falta de condições para realizar as cirurgias no tempo certo. Todas essas mortes também seriam evitadas por uma gestão de boa qualidade.
No Rio de Janeiro, morrem aos milhares, todo ano, seres humanos que não morreriam em países minimamente civilizados, eis a verdade.
Lembro da mãe da Soldado PM feminina Alda (fotografia) narrando a dor de ter que lavar a farda ensanguentada de sua filha, um sangue que tingiu toda a água do tanque de lavagem.
Não consigo imaginar a extensão de uma dor tão grande.
Agradeço à Deus por ter dado a ela forças para estar presente no ato e contar para todos o seu sofrimento, na esperança de que outras mães não tenha essa dor.
Ouça o depoimento que ela concedeu à Rádio Globo no dia 14 de fevereiro de 2014 (Link).
Infelizmente, Sérgio Cabral não pode comparecer para ouvir, talvez ele esteja em Paris.
Nem Pezão, esse devia estar em campanha.
Nem Beltrame, esse nem pode aparecer em público, acusado de crimes gravíssimos contra o erário público.
Felizmente, nós ouvimos e cabe a cada um de nós lutarmos para reverter esse quadro.
Basta de morrermos no Rio de Janeiro, mortes plenamente evitáveis.