Email recebido (Major BM Luis Henrique se defende de acusações publicadas no Blog SOS Bombeiros)

Prezado Vereador Marcio Garcia

            Tive o grande prazer de conhecê-lo na antiga Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Oficiais – EsFAO, o senhor no terceiro e eu no primeiro ano do CFO, portanto, meu “Aspirante”. Fizemos juntos um bom e sério trabalho, quando na função de Juizes Militares da AJMERJ. Por isso, sinto-me muito à vontade para escrever-lhe sobre boatos e mentiras que encontram-se publicados no site SOS Bombeiros RJ.
O principal fato é que há quatro Bombeiros-Militares, incondicionalmente insatisfeitos, que apresentam um lindo discurso de amor ao CBMERJ, porém estão sabotando o serviço de socorros com motocicletas, espalhando boatos e mentiras sobre minha conduta como Comandante, afastando os inúmeros voluntários que costumam se apresentar demonstrando interesse em fazer nosso Curso de Especialização em Operações com Motocicletas, a fim de integrarem nosso quadro, além de terem feito tudo ao seu alcance para disseminar em seus pares o desânimo.
Não quis responder pelo próprio site através de comentário, porque notei que não faria diferença, já que os comentários impróprios e levianos alí constantes deixavam clara a estratégia pueril de rechaçar qualquer um que tentasse fazer contraponto às mentiras publicadas. Obviamente, isto seria contraproducente, pois, por melhor que seja a intenção de uma pessoa em esclarecer algo, os interesses pessoais dessa pequena minoria de insatisfeitos está notoriamente se sobrepondo aos interesses do CBMERJ, do nosso efetivo de motociclistas e, acima de tudo, ao interesse público. Além disso, fazem muitos comentários a respeito da quantidade de comentários, o que nada significa, já que a maioria deles foi feita por esses quatro Bombeiros-Militares. Há anônimos comentários fazendo falsas afirmações a meu respeito, dizendo serem de militares de Unidades por onde nunca passei, o que mostra claramente a simulação de número, ou quantidade.
Abaixo, trago informações importantes, omitidas pelos “denunciantes” com o objetivo nefasto de forjar uma imagem ruim do nosso trabalho.
1º Escala de serviço – Hoje os motociclistas cumprem serviços de 12 horas. Numa semana tiram três, noutra tiram 2 serviços. Nos finais de semana, somente a base do Recreio vem sendo ativada, o que nos permite fazer um rodízio entre todos os miliares que concorrem a essa escala. Por isso, na verdade, a escala dos motociclistas fica assim:
Semana A: 12 x 36 + 12 x 36 + 12 x 84
Semana B: 12 x 36 + 12 x 84 + 12 x 36
Mensalmente, tiram um serviço de escala vermelha, ou dois, quando há muitos licenciados. Isso perfaz uma carga horária de 132 horas mensais, ou 144, quando há militares baixados. Carga horária esta muito menor que a dos demais Bombeiros-Militares, que trabalham em média 192 horas mensais. Isso se deve ao conhecimento deste Comandante sobre o desgaste que o serviço ocasiona, pois, ao contrário do descrito levianamente em alguns comentários, sempre estive à frente da minha tropa sobre motocicletas, tanto em operações, como em instruções e até nos desfiles cívicos. Além disso, me utilizei de referenciais comparativos de outras Corporações de Bombeiros e Polícias Militares da Federação, os quais se utilizam de escalas similares, ou até iguais.
Além disso, a escala 12x60 exigida pelos anonimos foi submetida a todo o efetivo deste DBM/Mot. Ao perguntar quem preferia a escala citada, o número de militares que se manifestou não chegou a 50%. Ou seja, estão exigindo algo baseando-se apenas nos seus interesses particulares, divulgando falsas informações com um único objetivo: sujar o bom nome deste comandante, construído através de 18 anos de dedicação exclusiva ao CBMERJ, imaginando que o Comando da Corporação iria acreditar e me exonerar.
Deixo aqui o registro de que o fiel cumprimento das Leis e Ordens legais, é praxe no DBM/Mot e continuará sendo. Há regulamentos militares vigentes, muito anteriores a nossa chegada ao CBMERJ. Ninguém é obrigado a ser militar. Aqueles que não vêem em si o perfil de disciplina nescessário para serem Militares, podem simplesmente solicitar o desligamento das fileiras e conduzirem suas vidas através das normas civis, seja atuando no serviço público ou na iniciativa privada.

2º Serviço Interno do DBM/Mot – Nossa Unidade possui um serviço de apoio aos motociclistas que estão de serviço nas ruas. Caso haja qualquer necessidade, seja de reboque, de reposição de material operacional, ou até de socorro ao próprio motociclista, temos a figura do Encarregado de Logística (Elog) empenhado, e esses militares que foram citados como puxa-sacos, fazem um ótimo e fundamental trabalho de apoio. A limitação dos “denunciantes” os impede de compreender que o serviço vai além de subir na motocicleta e fazer socorro e que, apesar de nossa Unidade ser um Destacamento, não temos a estrutura organizacional de um Destacamento. Temos uma grande carga adminsistrativa e operacional em apoio às necessidades detectadas pelos orgãos de estudo operacional do CBMERJ e, para tanto, temos uma estrutura maior e mais complexa, como a de um Grupamento, porém com Seções Peculiares, como a Seção de Logística, a Subseção de Operações com Motocicletas, além das conhecidas: Seção Administrativa, Seção Operacional e Subseção de Manutenção e Transportes. Aliás, esta última não se limita a detectar a necessidade de manutenção nas nossas motocicletas, mas também é o setor responsável pela própria execução da manutenção, o que inclusive, levamos muito a sério.
Para atender a todas essas demandas, fez-se necessário formar uma equipe de Bombeiros-Militares nos quais confio e, sem o apoio deles, não teríamos conseguido fazer o bom trabalho, ora reconhecido por todo o CBMERJ, nem dar todos os passos que demos. Esta organização incomoda a uma minoria de militares descomprometidos com nossa missão e que eram “beneficiários” da falta desse sistema de controle. Não aceitam serem chefiados e rechaçam, anonimamente, o Subtenente que, durante anos, foi um dos principais pilares, não permitindo o fim do serviço até a nossa chegada, quando juntamos forças e muito fizemos pelo crescimento e pelo aprimoramento do serviço.

3º Assédio Moral – Um dos anônimos afirmou que este Comandante grita e ofende os militares sob a subordinação. Há uma nuvem de testemunhas de que é falsa a afirmativa. Convido a todos que não sejam tendenciosamente comprometidos com esses Bombeiros-Militares “denunciantes”, a nos visitarem e conhecerem nosso sistema de trabalho. Garanto que os senhores ficarão positivamente surpresos com o excelente ambiente de trabalho e a organização que temos.
 Aparentemente, a maioria das mensagens enviadas ao site foi escrita pelos mesmos anônimos, a fim de simular a generalização da insatisfação, o que também não é verdadeiro.  São discursos antigos, proferidos durante reinvidicações descabidas desses mesmos “denunciantes”, que não entendem que seus caprichos não podem se sobrepor ao interesse público, e acreditam que suas vontades devem sempre ser atendidas, incondicionalmente, esquecendo-se de que somos um Corpo, e que nem sempre na vida é possível recebemos um “sim” como resposta. Acredito, vivencio e defendo o seguinte axioma: “Deve-se tratar a todos da mesma forma como se gostaria de ser tratado”.

4º Vida Social – Em algum momento foi comentado por outro anônimo que nossos motociclistas não têm vida social. Não é de se estranhar, já que a maioria possui outro emprego fora do CBMERJ, e muitos fazem faculdade. Fora destes casos, estranha-me que o militar esteja sem vida social, já que folga, às vezes 36, às vezes 84horas. Se ele não aparece em casa, pode ser, quem sabe, que esteja fazendo uso da tradicional “pulada”. Muito fácil dizer em casa que o comandante é mau e que o escalou sábado à noite para o serviço. Será que as esposas ainda acreditam nessa balela em pleno 2015?

5º Voluntariado – Os motociclistas do CBMERJ servem no DBM/Mot porque querem. TODOS os que foram para cá movimentados, foram voluntários. Nunca por imposição. Inclusive, o motociclista que não quiser mais atuar nas operações com motocicletas só precisa me dizer, e será atendido assim que for possível.

6º Sabotagem - Há cerca de 3 semanas, recebi mais um grupo de voluntários ao serviço com motocicletas, para serem avaliados. Os que comprovassem condição de fazer o curso, seriam selecionados. Porém, um dos 3 incondicionalmente insatisfeitos que temos no DBM/Mot, abordou parte do grupo de voluntários e os convenceu a não mais virem fazer o Curso de Operações com Motocicletas. Por este motivo, na próxima turma teremos apenas dez alunos. O que foi dito para que os candidatos desistissem, não posso afirmar. Mas o efeito do que foi dito impediu que a população do Estado do Rio de Janeiro tivesse mais sete motociclistas salvando vidas. Uma notória e nociva sabotagem feita exatamente por um dos militares que apresenta o mais belo discurso de amor ao serviço. É lamentável, pois esse militar possui boa qualidade profissional. Se não estivesse sabotando o serviço, certamente estaria sendo elogiado, exaltado.

7º Realizações e Conquistas – Nesses 3 anos e meio à frente do DBM/Mot, galgamos alguns degraus importantes para o aprimoramento das operações com motocicletas. O Comando do CBMERJ adquiriu para o nosso Destacamento viaturas (motocicletas), equipamento de proteção individual (Capacetes, botas e luvas), além de equipamentos de salvamento e de combate a incêndios, visando oferecer a população um rápido e eficaz serviço. Os investimentos foram muitos, sem contar o custeio para a realização dos cursos, através do qual já formamos seis turmas. As turmas são pequenas, pois o processo seletivo é sério e nivelado por cima e, por isso, somente os militares que apresentam comprovada capacidade de realizar nossos exercícios com motocicleta são matriculados.
Foi criado o Curso de Especialização em Operações com Motocicletas (CEOpeM) e o Estágio Básico de Motociclista BM (EBMot), este último que visa capacitar militares do CBMERJ para o uso das viaturas tipo AM em caráter administrativo.
Foi criada a Unidade Específica (DBM/Mot), a fim de que, através dela, fosse criada no CBMERJ a doutrina do motociclismo, especialização de pessoal, pesquisas sobre novas possibilidades de emprego das motocicletas nas nossas operações, além de coordenar as operações com motocicletas. Há cerca de três meses, ganhamos nossa sede própria e, cada vez mais, as condições para o cumprimento das nossas missões estão melhores. Atualmente, o CBMERJ está licitando jaquetas para os motociclistas, com as melhores propriedades protetivas disponíveis no mercado.
As pesquisas que realizamos são comentadas positivamente e até usadas como base para o serviço com motocicletas de outras Corporações de Bombeiros do Brasil, a ponto de hoje a iniciativa privada já oferecer equipamentos no mercado nacional que sequer existiam no Brasil, ou na América Latina. Nos tornamos referência nacional.
                Quando da gênese do nosso Destacamento, eram apenas treze Praças e um oficial. Hoje temos um efetivo de 28 motociclistas, fora os 5 Bombeiros-Militares do efetivo que tem funções administrativas e de apoio. Porém, o absenteísmo, o presenteísmo e as férias rigorosamente em dia de todo o efetivo, reduzem hoje nossa capacidade de pronto emprego para 22 motociclistas. Houve uma grande evolução no serviço, não pelo esforço dos anônimos incondicionalmente insatisfeitos, mas pelo esforço de uma tropa que realmente sente amor pela missão, e ombreou comigo na construção do que, ora, levianos tentam, sem sucesso, destruir.

8º Anonimato – Vereador, não me pronuncio anonimamente. Isto não é necessário, pois nada tenho a esconder, nem do que me envergonhar. Aliás, tenho o respeito dos meus superiores, pares e subordinados, que sabem da minha dedicação e dos bons trabalhos que realizei por onde passei. O anônimo pode ser leviano, pois não tem a responsabilidade de apresentar provas. Fala das suas opiniões pessoais, ou até mesmo inventa fatos, sem ter o ônus de comprovar suas afirmativas. Garanto que, no DBM/Mot, primamos pela consideração e respeito, entre todos, como preceitua o Vade Mecum de ética militar, bem como o nosso Estatudo dos Bombeiros-Militares.
Considero importante o esclarecimento dos pontos acima abordados, pois as mentiras divulgadas nesse canal, amplamente difundido à tropa do CBMERJ, podem fazer com que militares com excelente potencial e aptidão para atuarem nas operações com motocicletas, deixem de se voluntariar, amedrontados diante da vitimização de maus profissionais e/ou pseudo-heróis, o que não é do interesse público. As mentiras desses militares visam, exclusivamente, sabotar um projeto sério e importante, e que tem por objetivo salvar vidas. É lamentável, pois os outros 30 militares aqui lotados, são absolutamente dignos de toda deferência e respeito de todo o CBMERJ e é graças a eles que continuaremos evoluindo.
Que possamos todos dar o melhor possível de nós, em favor dessa população que tanto necessita do nosso empenho.
Desejo a V.Exa. uma excelente tarde.

Respeitosamente,

Major BM Luis Henrique de Carvalho – Comandante do DBM/Mot