Exoneração na GM: vereador diz que melhor caminho é a prefeitura obedecer o estatuto

"O melhor caminho para os guardas municipais é a prefeitura seguir o estatuto da corporação e nomear um agente da própria Guarda para a inspetoria-geral, papel que hoje é assumido por um policial militar. Ou seja, dá autonomia para a corporação manter a sua identidade e revindicar os seus interesses com maior propriedade". A avaliação é do vereador Marcio Garcia, após o anúncio da exoneração do inspetor-geral da Guarda Municipal do Rio, Rodrigo Fernandes Queiroz, suspeito de deferir golpes de cassete contra um cidadão durante uma operação em dezembro do ano passado, na zona oeste da cidade. A decisão do secretário de Ordem Pública, Leandro Matieli, foi publicada nesta terça-feira (23/2), no Diário Oficial do Estado.  
As supostas agressões deferidas por Fernandes a um homem teriam sido registradas em um vídeo que a Guarda Municipal está avaliando. Rodrigo Fernandes é policial militar e até esta segunda (22) comandava as operações da Guarda Municipal. A corporação vem aparecendo sucessivamente nos noticiários associada à episódios violentos contra a população. "Isso [os episódios de agressão] apontam para um descontrole dos profissionais, que são tão importantes para a nossa segurança e ordem na cidade. Algo de errado está acontecendo", destaca o parlamentar. "Com esta exoneração os guardas podem tirar uma lição. É mais prudente somente agir em legítima defesa, caso contrário, vão passar do papel de heróis para vilões, como já presenciamos em tantos outros casos semelhantes, até envolvendo decisões do próprio Fernandes[Rodrigo Fernandes]", frisou Garcia. 
O vereador destaca que os guardas municipais já expressaram o desejo, inúmeras vezes, de serem comandados por um agente da sua corporação e não pela Polícia Militar. "Então, não seria agora o momento do secretário de Ordem Pública cumprir as determinações do documento que regulamenta a profissão? Fazer valer a lei? O novo inspetor da GM deve ser um GM. Este será o melhor caminho para melhorar as condições e ambiente interno na corporação, que passa por uma fase delicada. Esta é uma mudança cultural e existe quadro funcional para isto. Os interesses dos guardas municipais cabem a eles e não a outra corporação que tem as suas revindicações e caminhos próprios", argumenta o vereador. 
Guarda Municipal na Praça Mauá. Foto: Reprodução Facebook GM