Pezão é hostilizado por servidores durante cerimônia de abertura do ano legislativo

A reabertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), nesta terça-feira (2/2), foi marcada pelo clima quente, dentro e fora da Casa. O governador Luiz Fernando Pezão foi hostilizado por grupos de manifestantes contrários às medidas econômicas anunciadas pela gestão estadual nas últimas semanas. Pezão alegou que o estado procura saídas para superar o déficit de R$ 20 milhões, sendo R$ 12 milhões referentes à Previdência e R$ 8 milhões às despesas com a máquina pública. Durante uma entrevista coletiva, o governador foi questionado por um servidor do Corpo de Bombeiros sobre o déficit de salva-vidas na orla. "Já realizamos concurso público", resumiu o governador.

Dos 70 deputados estaduais, 54 compareceram à sessão plenária e ouviram do governador muitas queixas quanto a queda da arrecadação, como justificativa ao projeto de lei de responsabilidade fiscal entregue por ele, com duras medidas de ajustes financeiros. Pezão pretende gerar uma economia de R$ 13,5 bilhões ao ano aos cofres do estado. 

A oposição reagiu às declarações de Pezão. Deputados mostraram para a imprensa cartazes com dizeres cobrando do governo os investimentos. Já nas galerias, servidores da Fundação para a Infância e a Adolescia(FIA), que foi condenada pelo governo à fechar as portas, fizeram protesto silencioso. Uma pessoa gritou palavras de xingamento contra o governador.

Entidades x Pezão

Um grupo de representantes de fundações estaduais ameaçadas de extinção pelo governo se reuniu horas antes da abertura das atividades legislativas com deputados e o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), e se posicionaram contra os ajustes propostos pelo governador. Entre elas estavam servidores da  FIA, Funarj, Fundação  Santa Cabrini, Fiperj, Ceperj, Fundação da Imagem e do Som e Suderj. 

De acordo com o pacote de mudanças, as aposentadorias passariam por revisão e as futuras seriam avaliadas de forma a gerar maior receita para o estado. O projeto também dá destaque ao rombo na Previdência - R$ 12 bilhões. O governo pretende dividir com o Judiciário e Legislativo as despesas com os pensionistas. Além disso, cortes em diversos setores são propostos pelo governo.