CREA, sobre desabamento da ciclovia: “sequência de equívocos"

“Sequência incrível de equívocos por todos os órgãos envolvidos”. Foi assim que o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ), Reynaldo Barros, resumiu o desabamento de parte da ciclovia Tim Maia, no dia 21 de abril, que deixou dois mortos. Em entrevista à imprensa, ele disse que todos falharam e que faltou um estudo prévio, o que representa um erro grave.
O CREA apresentou um relatório que confirma o que já se sabia informalmente: os projetos básico e de execução da obra em si não consideraram o óbvio: que as ondas do mar poderiam atingir a estrutura da obra, de baixo para cima, adquirindo uma velocidade imensa. No dia do desabamento, a ressaca era muito forte e a estrutura não aguentou e ruiu.  Faltou, segundo o representante do CREA, entre outros pontos, um estudo oceanográfico detalhado. Entre a série de equívocos aponta pelo órgão também está a falta de um profissional independente para acompanhar as obras e estudos técnicos.

Em entrevista à imprensa na última semana, o vereador Marcio Garcia (REDE) criticou o fato de as intervenções para os Jogos Olímpicos, por exemplo, estarem sendo feitas sem respeitar prazos. O resultado são justamente os erros primários e passíveis de serem evitados como a da queda da ciclovia. “Quando será concluída a TransOeste, a Linha 4 do Metrô, as intervenções do PAC nas comunidades? O governo está dando atenção para as obras que os turistas vão ver quando chegarem aqui para as Olimpíadas, mas esquecendo da população”, criticou o vereador.
Ciclovia na época do desabamento apresentava fissuras. Foto: Ascom Marcio Garcia