Esse poço não tem fundo

Não precisa ser medalhista de ouro em análise econômica pra saber: encerradas as Olimpíadas, a situação financeira do Estado do Rio voltará a ser um fantasma para o servidor público e os trabalhadores em geral. Correm fortíssimos comentários nos gabinetes do Palácio Guanabara de que o caixa do Governo voltou a ficar vazio, sem um Real furado pra contar história.

     Cara de palhaço? Imagem retrata um dos muitos protestos realizados por bombeiros e servidores em geral contra os desmandos do governo do Estado


Entre os trabalhadores, o clima é de muita apreensão. O receio é de que a novela do atraso nos pagamentos de salários se reinicie. Se o pior se confirmar, quem vai pagar as contas dos servidores, excluídos naturalmente do tal “espírito olímpico”, já que mal conseguem ter uma reserva para despesas do dia a dia? Quem pagará? O governador em exercício? O grupo do PMDB que ajudou a quebrar o Estado?

É bom que fiquemos alertas, um cenário crítico parece inevitável. Tudo indica que sequer chegamos ao fundo do poço. Todos lembram bem que, há poucos meses, o governo do Rio foi, de pires na mão, até o governo federal receber uma doação de R$ 2,9 bilhões. O que será do salário do trabalhador a partir de agora, quando novas doações não puderem mais ser feitas? Afinal, qualquer criança sabe, dinheiro não dá em árvore....

Como se não bastasse este quadro de dificuldade extrema, podemos esperar pelo pior: o esforço que o grupo do PMDB, que parece levar a sério um projeto nefasto de poder no Rio, deverá fazer para tentar eleger seu candidato à prefeitura. Ora, todo esforço orçamentário foi empenhado para pôr de pé estas Olimpíadas, que, mesmo assim, foram realizadas sob a sombra da corrupção e da insegurança.

Agora, a questão que apresento a vocês é igualmente grave: quanto custará para todos nós o novo esforço que este grupo deverá fazer, agora para eleger o candidato do atual governo? Não preciso esperar apagarem as últimas luzes do Maracanã no domingo, após a cerimônia de encerramento dos Jogos, para prever: se tiverem um último gás financeiro, os atuais governantes muito possivelmente usarão esta reserva para eleger o sucessor do atual prefeito.

Por isso, precisamos ficar de olhos abertos.

Eu, do outro lado do balcão, vou trabalhar com coragem numa primordial missão: ajudar a repensar a cidade com seriedade e ética, coisas que os “medalhões” da nossa política parecem ter se esquecido. O Rio precisa melhorar seus ares, voltar a se gostar, ser de novo a Cidade Maravilhosa.

Vamos juntos nessa luta? É hora de reinventar a nossa história.


Chega de covardia!

Marcio Garcia, vereador e candidato à reeleição