PSOL precisa de mais um vereador para montar a chapa de oposição.

Jorge Felippe prefere adversários por perto

Presidente da Câmara afirma que partidos de oposição são bem-vindos em sua chapa

POR Rozane Monteiro
Rio -  Titular da única chapa apresentada até agora para a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, o atual presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), está em plena negociação para seduzir quem anda ameaçando concorrer com ele dia 1º de janeiro. Não que o vereador, correligionário do prefeito Eduardo Paes, corra o risco de não ser reeleito numa casa em que pelo menos 40 dos 51 vereadores são fiéis à base. Mas não custa poupar aborrecimento.
Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
“De que adianta um partido marcar posição? Não é melhor estar na Mesa?”, perguntou Jorge Felippe, em entrevista ao DIA na sexta-feira. O recado tinha endereço certo. Entre os partidos a que o presidente se refere como “de esquerda”, o Psol — que este ano elegeu quatro vereadores — andou pensando em lançar uma chapa só para, justamente, “marcar posição”, como um psolista já admitiu na semana passada. Mas o Psol não promete oposição ferrenha à base, presidente?

Jorge Felippe é didático com quem acha que situação e oposição não podem, por natureza, estar lado a lado: “A composição da Mesa Diretora nada tem a ver com situação ou oposição. É uma questão institucional, é uma representação dos partidos baseada no princípio da proporcionalidade. Estamos fazendo uma proposta de unidade da Câmara.”

Hoje, a Mesa Diretora é composta por PMDB, PDT, DEM, PSC, PSDC e PV. Dessas legendas, a única considerada realmente de oposição é DEM, que tem entre os três vereadores eleitos o ex-prefeito Cesar Maia. PDT, PSC e PSDC integraram a aliança que reuniu o PMDB de Paes e outros 19 partidos. O PV teve candidata própria contra o prefeito, Aspásia Camargo. Mas hoje o único representante verde na Câmara — Paulo Messina, reeleito — não é considerado, exatamente, de oposição.

Costeando o alambrado

Falta saber o que os dois vereadores do PDT — Leonel Brizola Neto e Jorge Manaia — vão fazer. Insatisfeito com a relação da bancada com o prefeito, o neto do ex-governador dá sinais de que o apoio da legenda ao governo na Câmara subiu no telhado.

Há quem aposte que a dupla vai, cada vez mais, se apresentar como “independente”, motivar o lançamento de uma chapa “de esquerda” contra Jorge Felippe e passar para o outro lado de vez em 2013. Uma hipótese seria se unir aos quatro vereadores do Psol. Como o número necessário para uma chapa é sete, ficaria faltando apenas um nome.

A tarefa seria fácil se o Psol não tivesse aversão a alianças com partidos que não se alinham aos princípios programáticos e políticos da legenda. Como na Câmara a oposição está representada pelo DEM de Cesar Maia, pelo PR de Anthony Garotinho e pelo PSDB de Fernando Henrique Cardoso...

Fonte: http://odia.ig.com.br/portal/brasil/jorge-felippe-prefere-advers%C3%A1rios-por-perto-1.526719