Vereador quer transformar Banda do Corpo de Bombeiros em Patrimônio Cultural do Rio

"Salvar vidas através da arte e proteger a riqueza musical do nosso país com suas legendárias apresentações". Com este lema, a Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro vem representando a corporação em eventos e comemorações pelo país afora. E com o intuito de preservar este trabalho de grande importância para a história do Estado, o vereador Marcio Garcia (PR) quer declarar a Banda como Patrimônio Cultural Imaterial da população carioca. O Projeto de Lei (PL) foi encaminhado no dia 11 de agosto à Mesa Diretora da Câmara Municipal e aguarda por aprovação.

A banda foi criada em 30 de outubro de 1896 e, atualmente, é considerada uma das mais atuantes organizações militares musicais no país. Tudo começou quando o Tenente Coronel Eugênio Rodrigues Jardim, que comandava interinamente o Corpo de Bombeiros, solicitou em 27 de outubro de 1896, ao então Ministro da Justiça e Negócios Interiores, Alberto Torres, autorização para criar uma Banda de Música, atendendo a um antigo desejo de Oficiais e Praças da Corporação. O pedido dava existência efetiva a uma instituição musical cujo destino histórico iria ligar-se indelevelmente à vida cultural da cidade. A resposta do ministro foi imediata. No dia 30 de outubro de 1896, a proposta era atendida, mas com a ressalva de não acarretar "ônus para os Cofres Públicos". Na mesma presteza da correspondência oficial, o Maestro Anacleto Augusto de Medeiros foi convidado para organizar e dirigir o novo conjunto musical. Anacleto de Medeiros era compositor, professor e regente, formado em clarineta pelo conservatório Nacional de Música em 14 de dezembro de 1886, hoje Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


O corpo de Bombeiros, que sempre foi admirado pelo povo com muito carinho, começou a receber donativos para a Banda de Música. Assim, a banda dos Soldados do Fogo nasceu com a ajuda de empresas e de cidadãos interessados, protegida e incentivada pelo carinho do povo.

O documento proposto pelo vereador dá dimensão da importância da atuação da banda no Estado, destacando que o grupo de bombeiros já participou de grandes projetos musicais nacionais, entre eles o Aquarius. Além disso, nomes de peso já subiram no palco ao lado da banda, como os maestros Villa-Lobos, Isaac Karabtchevsky e Francisco Mignone.

"Não pairam dúvidas que a base desta honrável banda sempre foi a cidade do Rio de Janeiro, e tem contribuído para o desenvolvimento artístico e musical da cidade e do país, levando música de artistas de todos os tempos e países para as mais diversas comunidades, contribuindo para o desenvolvimento cívico e patriótico do nosso povo, sem deixar de lado o seu papel dentro da Corporação: o adestramento da tropa, cerimônias militares com as honras de praxe e visitas oficiais de autoridades", destaca um dos trechos da PL.

Atualmente, a banda conta com 108 militares músicos e é comandada pelo Capitão Bombeiro Aurimar Bento Donato, que também assume o cargo de maestro titular.

Fonte: Portal da Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro